Afrogames: o acionamento das negritudes a partir da produção de videogames afrocentrados

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Esta página contém materiais da pesquisa de doutorado realizada entre 2018 e 2025.  

Intitulado de "Game Vivência: a produção de videogames independentes por pessoas negras", o estudo multidisciplinar busca  compreender algumas maneiras pelas quais grupos protagonizados por pessoas negras estão desenvolvendo jogos digitais. Trata-se de um recorte que parte do entendimento que o ecossistema brasileiro de games reproduz os mesmos padrões de racismo estrutural encontrados em nossa sociedade, ao passo que poucas pessoas ou grupos negros acessam as vias de produção. 

A partir de alguns entendimentos conceituais sobre raça e racismo através da leitura de autores como Kabengele Munanga, Silvio de Almeida e outres, o estudo traz um acompanhamento de dois grupos brasileiros protagonizados por pessoas negras e que atuam na área. Coincidindo em alguns pontos e ao mesmo tempo trazendo características próprias, suas formas de contar histórias formam a base para o ensaio de um conceito, o de "Game Vivência". Em diálogo com bibliografias que constroem linguagem sobre a prática, temos:

"Game Vivências são jogos digitais independentes, cujo protagonismo na produção é o de pessoas negras. Apropriando-se dos signos gráficos como ferramenta decolonial, trata-se de uma produção cultural intencional, na qual as vivências de seus criadores são a matéria-prima de uma fabulação que se faz crítica."

O trabalho é realizado na Universidade de São Paulo (USP), através do programa em Diversidades, Conflitos e Outras Legitimidades ... ou Diversitas! Trata-se de um programa atrelado à FFLCH, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.

Assim como a universidade, esta pesquisa é pública! Desta forma, fique á vontade para ler, citar e, caso ache interessante, trazer novas contribuições para o tema.

Game Vivência: a produção de videogames independentes por pessoas negras

Resumo da pesquisa

A presente pesquisa introduz o conceito de Game Vivência, uma proposta de definição de videogames independentes produzidos por pessoas negras, cujas vivências de seus criadores são a matéria-prima da criação. Esse conceito é fundamentado, principalmente, em referências como a escrevivência, da escritora e acadêmica Conceição Evaristo, e a fabulação crítica, da historiadora Saidiya Hartman. Ambas as noções apresentam propriedades que se manifestam nas Game Vivências por meio dos elementos constitutivos de sua produção. Constrói uma problematização ancorada no conceito de racismo, estrutura de hierarquização baseada em elementos de raça/cor que organiza as relações de desigualdade no Brasil. Fazendo parte da sociedade, a indústria de games replica estas estruturas e, como resultado, traz a ausência de pessoas negras como protagonistas nos processos de criação. Diante desse cenário, o principal objetivo do estudo é dar visibilidade e reconhecimento à participação de pessoas negras na produção de jogos digitais no país. A investigação adota uma perspectiva heterárquica do conhecimento, compreendendo como fundamental o diálogo entre conhecimento acadêmico e comunitário. A pesquisa de campo é conduzida junto a dois grupos de desenvolvedores negros de jogos independentes no Brasil: Sue The Real, através de Raquel e Marcos; e o terreiro Côco de Umbigada, em Olinda/PE, conduzido por Mãe Beth de Oxum. Como hipótese central, argumenta-se que a produção de jogos digitais nesses contextos origina um fenômeno denominado Game Vivência. Game Vivências são jogos digitais independentes, cujo protagonismo na produção é o de pessoas negras. Apropriando-se dos signos gráficos como ferramenta decolonial, trata-se de uma produção sociológica da cultura, na qual as vivências de seus criadores são a matéria-prima de uma fabulação que se faz crítica.

Informações técnicas

Programa: Núcleo de Estudos das Diversidades, Conflitos e Intolerâncias :: Diversitas

Universidade de São Paulo

Autor: Jaderson Aparecido de Souza

Orientadora: Profa. Dra. Silvana Nascimento

Co-orientador: Prof. Dr. Sérgio Bairon

Banca de qualificação (realizada em 17.11.2022): Prof. Dra. Maria Ribeiro (Diversitas/USP) e Prof. Dra. Julia Stateri (INTELI). Suplência: Prof. Dr. Francione Oliveira Carvalho (Diversitas/USP).

Banca (realizada em agosto de 2025): Prof. Dra. Maria Ribeiro (Diversitas/USP); Prof. Dra. Julia Stateri (INTELI). Suplência: (a confirmar)

Arquivos

Histórico de atividades de pesquisa (versão on-line e com animações) (recomendada)

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